Cidrão realiza reunião técnica na Câmara para discutir o avanço da esporotricose e alinhar ações de prevenção e controle em Chapecó

A esporotricose, doença causada por fungo e classificada como zoonose, pode ser transmitida de animais para humanos.

Por isso motivou a realização de uma reunião de trabalho na última quinta-feira, dia 13 de março de 2025, para aprofundar o debate sobre o avanço dos casos em Chapecó. A iniciativa partiu do vereador Wilson Junior Cidrão (Republicanos), diante do crescimento das notificações e da necessidade de esclarecer à população quais medidas estão sendo adotadas no município.

O encontro teve como foco reunir informações técnicas atualizadas, discutir estratégias de prevenção, atendimento e controle, garantindo transparência e alinhamento entre os órgãos envolvidos. 

A esporotricose é transmitida, principalmente, por arranhões e mordidas de gatos infectados (Foto: Jornal da USP)

O encontro reuniu a diretora do NAPA (Núcleo de Atenção aos Pequenos Animais), médica veterinária Liandra Dall’Orsoletta, o coordenador do CIEVS (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde), Rodrigo Momoli, a coordenadora da Vigilância Ambiental, Karina, a representante do SINAN, Tamara, equipes técnicas e demais convidados. A reunião também contou com a presença do vereador André Pagnussat (Republicanos). O objetivo central foi levantar informações atualizadas sobre os casos registrados, avaliar as medidas já adotadas pelos órgãos competentes e identificar formas de colaboração do mandato parlamentar no enfrentamento da doença. 

Em sua fala de abertura, Cidrão destacou que a esporotricose exige atenção tanto pelo impacto na saúde animal quanto na humana, reforçando a ligação entre esses dois setores. “Quando a gente fala de zoonose, estamos falando de proteção aos nossos animais e também aos seres humanos, queremos dar transparência e demonstrar a preocupação que o município vem tendo com a saúde das pessoas e dos animais por meio dos seus órgãos competentes”, afirmou o parlamentar.

De acordo com Rodrigo Momoli, desde 9 de abril deste ano todos os casos suspeitos ou confirmados de esporotricose precisam ser comunicados oficialmente pelos serviços de saúde, o que deixou o monitoramento muito mais preciso. Ele explicou que, em 2024, Chapecó registrou cinco casos em humanos e cinco em animais, e que neste ano já foram identificados cinco gatos com suspeita, além de cinco casos em pessoas. Mesmo assim, Momoli destacou que a situação do município ainda é bem mais tranquila do que em outras cidades catarinenses, reforçando que a equipe tem trabalhado de forma atenta e integrada. Ele também lembrou que a esporotricose é uma doença antiga, causada por um fungo presente no ambiente, com tratamento disponível e boa resposta quando identificada cedo.

A diretora do NAPA, Liandra Dall’Orsoletta, complementou as informações explicando como funciona o atendimento dos animais suspeitos e confirmou que os gatos são os mais afetados, mas não devem ser vistos como vilões. Segundo ela, todos os casos identificados são avaliados diretamente no domicílio, e os animais são recolhidos para isolamento e tratamento no CEPA (Centro de Esterilização de Pequenos Animais), onde permanecem até receberem alta. Liandra destacou que o tratamento utiliza itraconazol e pode durar de semanas até mais de um ano, dependendo da evolução e das condições de saúde do animal, especialmente nos casos em que há presença de FIV e FeLV. Ela também ressaltou que a orientação aos tutores faz parte do processo e que não é possível tratar um animal que continue com acesso irrestrito às ruas. 

Entre as ações já executadas pelas equipes municipais, foram mencionadas a compra emergencial de medicamentos, equipamentos de proteção e armadilhas, o isolamento e tratamento de animais positivos na clínica do NAPA, e a capacitação de agentes comunitários de saúde, médicos e profissionais de enfermagem ao longo dos últimos meses. Também foram destacadas iniciativas educativas.

Como forma de auxiliar a população, o vereador também reforçou a importância de utilizar corretamente o aplicativo Chapecó Digital, plataforma oficial do município que reúne diversos serviços, incluindo as solicitações relacionadas ao NAPA. Dentro do aplicativo, o usuário deve acessar a aba “Manifestações”, digitar “NAPA” na busca e escolher o tipo de atendimento desejado, como denúncias de maus-tratos, castração ou consulta veterinária. Em seguida, é necessário indicar no mapa o endereço exato da ocorrência, descrever a situação, anexar fotos e sempre que possível, informar um telefone para contato. Todo o processo é realizado diretamente pelo aplicativo, o que facilita e agiliza o procedimento de solicitação. 

Como encaminhamento da reunião, Cidrão se colocou à disposição para apoiar institucionalmente a ampliação das ações de conscientização da população, fortalecer o diálogo entre órgãos públicos, ONGs e comunidade, e utilizar os canais de comunicação do mandato para divulgar informações confiáveis sobre a doença. Ele também solicitou o envio periódico de relatórios atualizados sobre o andamento dos casos e das ações de monitoramento.

Ao encerrar o encontro, o parlamentar agradeceu a presença de todos e reafirmou o compromisso da câmara municipal com a saúde pública, o bem-estar animal e a transparência das ações. Destacou que o enfrentamento da esporotricose depende da união entre poder público, profissionais da saúde e comunidade, especialmente no que diz respeito ao cuidado responsável com os animais e à busca precoce por atendimento. Autorizada reprodução na íntegra Fonte: Assessoria